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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

CURAÇÁ: VEREADOR DENUNCIA PÉSSIMAS CONDIÇÕES DE DISTRIBUIÇÃO DE LEITE DO FOME ZERO



Com uma temperatura que chega frequentemente à casa dos 40 graus Celsius, o município de Curaçá, no extremo-norte do estado, é o que se pode chamar de forno a céu aberto. Obviamente, o clima semiárido local está longe de ser o mais apropriado para estocar o leite fornecido pelo programa federal Fome Zero, que vem de um caminhão frigorífico de Paulo Afonso, sob responsabilidade da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes), para ser distribuído à população cadastrada. Mas é justamente isso que tem acontecido, segundo denúncia do vereador Theodomiro Mendes (PR), que registrou em imagens as péssimas condições do Mercado Público, na sede do município. Após denúncias de moradores que receberiam o leite “talhado”, o edil fez fotos do local, que recebe cerca de 800 litros do produto por dia, e não possui câmaras refrigeradoras suficientes para armazenar o material que fica jogado em prateleiras em temperatura ambiente. “Fui procurado por gente que estava recebendo o leite estragado. Ele deveria ser colocado em câmaras frias e não é que o está acontecendo”, aponta Mendes. A distribuição é de responsabilidade da Secretaria Municipal de Ação Social, que foi denunciada pelo republicano em pronunciamento na Câmara na última semana. “Fotografei e levei a denúncia para a Câmara [dos Vereadores], mas até agora não recebi nenhuma resposta. Vou encaminhar essa denúncia ao Ministério Público Federal com as fotos para que eles apurem”, afirmou.


Prefeito admite precariedade, reclama da Sedes e promete novo local

O prefeito de Curaçá, Salvador Lopes (PT), questionado pelo Bahia Notícias sobre a denúncia das péssimas condições do município para estocar o leito do programa Fome Zero, admitiu que o local não é apropriado para que se faça a distribuição e garantiu que um novo ponto já é preparado há alguns dias para se adequar às especificações sanitárias. “Nós estamos já há alguns dias preparando um espaço, um Ponto do Cidadão, para fazer todo este estoque”, contou. Ele também passou parte da culpa à logística de distribuição do alimento fornecido pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes), que vem de Paulo Afonso, a 350 quilômetros da cidade. “O leite era para chegar diariamente, coisa de 889 litros por dia. Mas ele não chega porque as estradas estão péssimas [BA-210]. São seis horas para chegar aqui. Acontece que agora ele está vindo duas, às vezes uma vez por semana. São 4,4 mil litros. Nós não temos refrigeradores para isso”, admitiu o alcaide. De acordo com ele, a prefeitura contrata um carro de som para avisar à população da chegada do produto para que seja distribuído o mais rápido possível. O petista também pede que a Sedes substitua o atual distribuidor por uma indústria de laticínios de Juazeiro, distante a apenas 90 quilômetros de Curaçá. “Já pedimos à Sedes para mudar o fornecedor. Espero que agora ela se sensibilize porque lá em Juazeiro tem empresa que tem interesse”, clamou o gestor.

BN

Fonte Geraldo José

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